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Periodicidade: Semestral (edições em julho e dezembro) a partir do inicio do ano de 2013.
Mensal entre 13 de agosto de 2010 e 31 de dezembro de 2012.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tecnologia Educacional: cenário atual e desafios.


Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 2, Volume dez., Série 14/11, 2011, p.01-09.





Neste processo muitos são os desafios e os quesitos didáticos.

A valorização do ser humano deve ser considerada para que o processo não perca o seu princípio básico educacional.

O processo de ensino-aprendizagem é complexo e exige muito da formação de seus docentes e o comprometimento de seus discentes para o sucesso.

Dessa forma, o tema abordado por este trabalho será uma análise bibliográfica da educação, educadores e o uso tecnológico como ferramenta de ensino, colaboração e aprendizado para docentes e discentes.

No final deste artigo pretendemos concluir sobre os benefícios e desafios dessa evolução tecnológica no processo de ensino-aprendizagem.





Introdução ao tema.


Além desse conceito é necessário que nesse processo os alunos encontrem sua identidade, no seu caminho pessoal, profissional e seu projeto de vida e de desenvolvimento das suas habilidades emocionais, de compreensão e comunicação que lhes sejam permitidos encontrar sua colocação pessoal, social e profissional se tornando cidadão realizados e produtivos.

A experiência pedagógica em sala de aula, orientações e publicações nos fazem refletir sobre a prática pedagógica e o cenário tecnológico atual em que estão presentes os computadores em sala de aula com interfaces específicas para a educação, onde é possível romper as barreiras de espaço e tempo escolar, inter-relacionando a escola para o mundo.

Segundo Lévy (2001) romper as barreiras de território da escola de seu contexto concreto pela descentralização da informação e expansão das interações entre todos que a compõem, aprimora o contato das diferentes manifestações culturais e abre novas perspectivas de ser e estar em determinado tempo e lugar.

A mediação das tecnologias nos processos educativos evidencia os novos processos de ensino-aprendizagem diferentes dos espaços convencionais.

Para que esse processo seja efetivo além da aprendizagem formal e a formação ao longo da vida, é importante ir além da disponibilidade de acesso aos diferentes objetos produzidos pelos meios de produção da sociedade, mas sim o acesso aos meios de colaboração de conhecimento.


Tal processo é um primeiro passo para transformação da prática educativa em espaços efetivos, prazerosos e qualificados, onde o processo seja desenvolvido por meio da construção do conhecimento sobre os conteúdos mínimos a serem trabalhados em cada nível educacional através da utilização de diversos recursos tecnológicos.

Esse artigo define alguns métodos tecnológicos que visam auxiliar a estratégia para um processo de ensino-aprendizagem mais efetivo e próximo ao aluno.

Também são trabalhados os conceitos que envolvem a prática utilizada ao ensino à distância EAD.

Sendo assim, o trabalho visa analisar as diversas formas de aplicação da tecnologia na como intermediação do processo de ensino-aprendizagem.

Pretendemos após este estudo consolidar a avaliação da eficiência dos métodos tecnológicos como prática de ensino.



Educação e Tecnologia


A tecnologia é um conceito amplo que varia de autor para autor e do seu devido contexto.

Para Reis (1995) a tecnologia é como um estudo de ferramentas, aparelhos, máquinas, dispositivos, materiais, objetivando uma ação deliberada e a análise de seus efeitos, envolvendo o uso de uma ou mais técnicas para atingir determinado resultado, o que inclui as crenças e os valores subjacentes às ações e se inter-relaciona com o desenvolvimento da humanidade.

Lévy (2001) reforça que toda a técnica faz parte sistema sócio-técnico global, onde o homem é responsável pela construção, utilização, planejamento dessa técnica, transformando-se nesse processo e provocando as transformações tecnológicas.

Nessa visão, as tecnologias são produtos sociais e culturais de uma determinada sociedade não existindo relação de causa e efeito entre tecnologia, cultura e sociedade e sim um movimento cíclico entre estes. (MORIN, 1996).

Já Damásio (2007, p. 45 e 46) aborda a definição que a tecnologia engloba os objetos de suas aplicações e contextos segundo as lógicas organizacionais e sociais.

Nessa definição as tecnologias de sistemas de informação se desenvolvem com resultado das áreas que a compõem, constituindo sistemas organizados em “camadas”.

A primeira camada é formada pela infra-estrutura de hardware, composta pela segunda, responsável pela inserção, processamento, transformação e distribuição de informações e valores sociais.

Já a terceira camada possui origem social e organizacional, a qual estrutura e condiciona as outras duas camadas.

Dessa forma a maneira mais completa que concluímos é o uso da tecnologia como fruto da integração dos elementos tecnológicos, fatores sociais e organizacionais estabelecidas na interação com o sistema constituído por esses elementos, o que propicia e fortalece a realização de experiências ativas.

Quando analisamos o contexto educativo temos que atentar para a concepção da educação como prática técnica, social e política, pois “envolve a interação complexa de todos os fatores implicados na existência humana” (GATTI, 2002, p.13), com a inserção de pessoas e o universo de experiências que a compõem.

O processo educacional se viabiliza na prática docente pedagógica onde o professor está aberto a ouvir o aluno compreendendo sua visão de mundo, instigando-lhe a curiosidade, identificando e trabalhando com dilemas e conhecimento do senso comum (FREIRE, 1996).

O professor não indica diretamente os caminhos, mas orienta o discente a transformar os conhecimentos adquiridos no dia a dia em conceitos científicos (VYGOTSKY, 1984), para que o mesmo, através de reflexão sobre suas atitudes na busca em compreendê-la (PIAGET, 1978) permita encontrar as soluções para os desafios encontrados em seu contexto, fazendo as rupturas com a visão determinista, trabalhando com o histórico como possibilidade (FREIRE, 2001).

O professor promove a utilização das tecnologias em sala de aula para que o aluno consiga conhecer e desenvolver seu próprio conhecimento através das ferramentas tecnológicas para seu próprio conhecimento social e acadêmico.

A fluência tecnológica aproxima-se do conceito acadêmico no sentido de apropriação e uso na prática social (SOARES, 2002) e não um simples aprendizado de um código ou tecnologia.

A tecnologia possui caráter social e o sentido de avaliar de maneira crítica, atribuindo sentido às informações adquiridas de textos, imagens derivados da produção de diferentes tecnologias e mídias.

Cabe aos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem utilizar da maneira mais coerente e de acordo com projeto pedagógico da instituição em que a compõe a tecnologia para desenvolver o processo pedagógico e pessoa humana no sentido de garantir seu auto-desenvolvimento social e técnico.

 




Objetos de Aprendizagem Tecnológicos.


Um objeto de aprendizagem é compreendido como “uma entidade, digital ou não-digital, que pode ser usada, reusada ou referenciada durante o ensino com suporte tecnológico.

Exemplos de ensino com suporte tecnológico incluem sistemas de treinamento baseados no computador, ambientes de aprendizagem interativos, sistemas instrucionais auxiliados por computador, sistemas de ensino a distância e ambientes de aprendizagem colaborativa.

Exemplos de objetos de aprendizagem incluem conteúdo multimídia, conteúdos instrucionais, objetivos de ensino, software instrucional e software em geral e pessoas, organizações ou eventos referenciados durante um ensino com suporte tecnológico” (IEEE, 2011).


Nesta definição é considerado como objeto de aprendizagem componentes multimídia como sons, vídeos, e ferramentas com recursos digitais para fins educacionais.


Para Polsani (2003), o processo de construção de um objeto de aprendizagem deve ser planejado e metodicamente desenvolvido.

Para isto é preciso conhecer a temática desenvolvida, sua abordagem pedagógica utilizando as devidas ferramentas de autoria para construção e trabalhar com coerência com os princípios de projeto educacional.

A produção de conteúdo educacional é uma tarefa árdua e exige dedicação.

Assim a utilização de ferramentas tecnológicas de desenvolvimento como Flash ou mesmo PowerPoint promovem o aperfeiçoamento na formação de docentes, pois o trabalho e autoria caracterizam uma aprendizagem autônoma e significativa neste processo.





Tecnologias utilizadas no processo no processo de ensino-aprendizagem


Hoje, muitas empresas possuem a TI como uma parceira, a qual deixa de ser tratada isoladamente para ser incorporada na estratégia da empresa, que almeja alcançar seus objetivos.

Assim, a TI ganhou grande importância dentro da empresa, precisando começar a entender de negócios para poder participar junto do plano estratégico do meio corporativo não só para ajudar nas decisões, mas também para trazer resultados ao negócio (BON; VERHEIJEN, 2006).

Bon e Verheijen (2006) ainda mencionam que a dependência que as empresas têm dos serviços de TI se tornou tão grande que se chegou a um ponto em que, se tais serviços pararem, todas as outras operações da empresa também param.

Desse modo, a TI tem diversos papéis e desafios, como, por exemplo, minimizar custos por meio de uma melhor gestão por projetos, trazer retorno por meio de melhorias de processos administrativos e agregação de valor para o negócio, como outros.

Quando falamos no processo atual de ensino-aprendizagem com a utilização dos variados suportes tecnológicos utilizados ressalta-se que essa prática por si só não é eficaz.

Essa prática é adotada em função da necessidade do aumento da produtividade docente do que pelos fatores de ensino-aprendizagem.

No quesito da educação à distância - EAD, os modelos utilizados possuem ligação com a tecnologia da informação, sendo que a evolução dos modelos está ligada em grande para a evolução tecnológica Gomes (2003 e 2008). 

Segundo Gomes (2003 e 2008) o quadro abaixo mostra a relação entre a evolução das tecnologias e as alterações nos modelos e sistema de EAD mostrados nos quadros abaixo:



Quadro 1 – Principais características das gerações de inovação tecnológica na EAD.



       Fonte: Gomes (2003).



Após a classificação realizada temos a classificação em quatro dimensões quanto a: representação e distribuição de conteúdos; processos de comunicação entre aluno.

No quadro 2 temos uma abordagem mais completa com as dimensões de 1ª. a 6ª.geração para os elementos tecnológicos em EAD.



Quadro 2 – Síntese das principais características das diferentes gerações de ead.






     Fonte: Gomes (2008).

 




Os novos meios tecnológicos e os educadores


O cenário tecnológico é propício e vasto como opções pedagógicas e metodológicas para o processo de ensino-aprendizagem.

Neste cenário o docente deve aprender a dominar as formas de comunicação audiovisual e interpessoal, diversificando a sua forma de ministrar aula e avaliar utilizando-se dos recursos tecnológicos.

Segue abaixo alguns mecanismos que o mesmo pode se utilizar no meio virtual com ferramenta para o seu trabalho.

As políticas educacionais estão concentradas na expansão quantitativa de computadores disponíveis nas escolas com seus núcleos de tecnologia educacional, conexão com a internet e a educação a distância.

Nesse cenário é necessário a correta formação dos professores para compreensão das propriedades e características inerentes à tecnologia, principalmente nos quesitos relacionados a interatividade, conectividade e comunicação multidirecional, aprendendo a integrá-las de acordo com as necessidades do processo de ensino-aprendizagem.





Concluindo.


A utilização das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem e na educação como um todo provoca transformações substanciais no mundo atual, na sociedade, trabalho e no desenvolvimento do conhecimento científico, exigindo um preparo maior dos profissionais e alunos que participam desse processo para lidar com um conhecimento dinâmico que é desenvolvido nas distintas camadas da atividade humana.

Nesse cenário é necessário reconhecer o papel das organizações educacionais no papel de transformação da realidade no processo de inclusão social e formação humana.

Neste artigo focamos o uso das tecnologias na educação e na formação dos professores que se utilizam dessa tecnologia no contexto tecnológico e pedagógico de ensino-aprendizagem.


Também foi avaliado o processo de utilização das tecnologias na prática pedagógica em sua contínua mudança na medida das necessidades, desafios e escolhas que surgem nas novas práticas pedagógicas e tecnologias emergentes.

Essa formação e utilização das tecnologias propiciam a interação, colaboração e o desenvolvimento dos profissionais docentes que atuam em diversos seguimentos, o que promove a esses profissionais assumirem uma postura comprometida com a capacitação profissional e a formação de cidadãos mais envolvidos com a transformação social e conscientes da situação de seres inacabados e inconclusos, visto que há sempre algo se melhorar no processo de ensino-aprendizagem.





Para saber mais sobre o assunto.

DAMÁSIO, M. J. Tecnologia E Educação. As tecnologias da informação e da

comunicação e o processo educativo. Lisboa, PT: Ed. Vega, 2007.

FREIRE, P. Conscientização teoria e prática da libertação: uma introdução ao

pensamento de Paulo Freire. 3. ed. São Paulo: Moraes, 1980.

FREIRE, P. “Pedagogia dos sonhos possíveis” In: Freire, A. M. (org.). São Paulo: Editora Unesp, 2001.

GATTI, B. A. A construção da pesquisa em educação no Brasil. Brasília: Plano Editora, 2002.

GOMES, M. J. “Gerações de inovação e tecnológica no ensino a distância” In: Revista Portuguesa de Educação, 16(1), p. 137-156 - CIEd – Universidade do Minho. 2003.

GOMES, M. J. “Na senda da inovação tecnológica na Educação a Distância” In: Revista Portuguesa de Pedagogia. ANO 42-2, 2008, p. 181-202.

LÉVY, P. As Tecnologias da Inteligência. O Futuro do Pensamento na Era da Informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2001.

MORAN, J.M. “Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias” In: Revista Informática na Educação: Teoria & Prática. vol. 3, n.1,2000, p. 137-144.

MORIN, E. Ciência com Consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.

PIAGET, J. Fazer e Compreender. São Paulo: Melhoramentos/Ed. da Universidade de São Paulo, 1978.

POLSANI, P.Use and Abuse of Reusable Learning Objects” In: Journal of Digital Information. S.l., v.3, n.164, fev. 2003.

REIS, M. F. Educação Tecnológica: a Montanha Pariu um Rato? Portugal: Porto Editora, 1995.

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.



E-REFERÊNCIAS.


IEEE Learning Tecnology Standard Committee (LTSC). WG12 - Learning Object Metadata. Disponível em < http://ltsc.ieee.org/wg12/> . Acesso em: 1º dez. 2011.




Texto: Prof. Bruno Albuquerque Acrignoli.
Mestrando em Ciência da Computação pela UFSCAR.

Especialista em Docência do Ensino Superior pelo CEUCLAR.

Especialista em Programação Java com banco de Dados Oracle pelo CEUCLAR.

Atualmente é Analista de Aplicações no Citibank Group e
professor do colegiado de Ciência da Computação no Centro Universitário Claretiano.



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